Elegante sempre - Janaína Depiné

O desejo de servir bem as pessoas que amo faz parte da minha vida e tudo ao meu redor me inspira de alguma maneira. Por mais simples que pareça, sempre acho que algo pode ser aproveitado, reinventado, aperfeiçoado e adaptado para o campo das relações, seja no lar, trabalho, na igreja, na convivência diária. Como tenho dito nas nossas conversas, bem servir vai muito além de por a mesa, de arrumar a casa, de fazer isso ou aquilo, é mais que fazer, é bem ser, antes de tudo. Bem servir é expressar o que está no coração, é o sentimento, a fé e a emoção compartilhados em pequenos gestos de amor que revelam a essência, a motivação.

E como tudo me traz uma perspectiva nova sobre o bem servir, hoje, desejo compartilhar com vocês um pouco do que li no livro “8 hábitos do líder eficaz de grupos pequenos”, que ganhei da querida amiga Janaína Depiné e me inspirou. Adaptei os hábitos que podem ser adotados também no ambiente doméstico, nas relações familiares e com amigos.

1 – Sonhe com o seu lar e em servir pessoas

Quem não sonha está fadado a se contentar com a realidade. É triste pensar assim mas é verdade. Deus nos fez criativas por natureza. Podemos sonhar com um futuro melhor, independente do que tenhamos vivido. Lembro das relações conturbadas no meu lar, do divórcio dos meus pais e do quanto – antes de conhecer Jesus – eu não queria me casar. Mas quando Jesus entrou na minha vida eu não apenas aceitei a nova realidade que Ele tinha para mim como passei a sonhar os sonhos Dele pra mim. Na minha memória afetiva graciosamente Jesus me marcou com os melhores momentos em família na infância. Minha mãe cozinhando tantas coisas gostosas, eu na roça plantando com meu pai, ou ajudando nas tarefas de casa. Apesar daquilo que foi ruim, eu me apeguei ao que era bom, ao que queria repetir no meu lar, aquilo que eu gostaria de fazer e ser melhor. E fui sonhando com o lar que quero ser para meu esposo, familiares, amigos e futuramente nossos filhos. E sonho até hoje. Porque acredito que é assim que vamos ressignificar a realidade, nos abrir para a mudança que precisamos e alcançar novas realidades em Deus.

2 – Ore

A oração é o diálogo com Deus. Jesus reestabeleceu esse diálogo, esse relacionamento ali na cruz do calvário. Precisamos aproveitar essa dádiva. Nós mulheres gostamos muito de conversar, não é verdade? Mas muitas vezes perdemos nosso tempo em conversas vãs, fofocas, contendas e amenidades. Conversar com Deus é ganhar tempo. Por meio da oração apresentamos nossos sonhos a respeito do lar, nossas necessidades, fraquezas, desejos, esperanças, medos… E o melhor, Jesus sempre nos responde, mesmo no silêncio. Já tive experiências na minha conversa com Deus lavando pano de chão, fazendo o almoço, lavando a louça – é melhor que “TERapia” – , limpando a casa, fazendo a comida… Podemos viver 24 horas por dia conectadas ao amado de nossas almas, em reverência, então, não tem desculpa para dizermos que não temos tempo para reservar alguns minutos do dia para orar. O problema é que muitas vezes não priorizamos um tempo para a oração, entramos num ativismo louco, fazemos, fazemos e fazemos e não conseguimos parar. Algumas orações precisam mesmo ser feitas no silêncio, no quarto, com a alma aquietada nos braços de Jesus e sem fazer mais nada.

3 – Convide

Amo receber pessoas no dia de faxina, quando acabo de arrumar tudo, a casa está toda cheirosa e brilhando. Algumas pessoas dizem que sou maluca, que quando concluem a faxina querem mais é descansar e não deixar sujar para manter até a próxima semana. Casa cheia, com coisas fora do lugar, onde o molho derrama no chão, os copos quebram é vida, movimento, novidade. O problema é que com essa vida vem o desafio de relacionar, de perdoar, de aceitar o outro, de compreender, de se adaptar, e é isso o que muitas vezes nós seres humanos queremos evitar. Não importa o que você tem para servir, mas estabeleça no seu lar o hábito de receber pessoas, de convidar amigos dos seus filhos, seus familiares, a sua sogra, seus netos… Enquanto servimos e compartilhamos à mesa Deus estabelece ponte que liga o nosso coração ao das outras pessoas, vai quebrando a nossa rigidez, nossa dificuldade de ceder, vai nos ensinando a amar como Ele ama. Sei que cada uma de nós tem um jeito e uma maneira, mas acredito que todas nós podemos fazer da nossa casa um lar onde as pessoas encontram abrigo, amor, um café quentinho, palavras de consolo e boas risadas.

4 – Estabeleça contato

Se no seu núcleo familiar a comunicação não está fluindo, as pessoas não estão conectadas, as relações não são claras, não adianta tentar investir lá fora. É o resultado de quem você é nos bastidores domésticos que salta aos olhos das pessoas de fora. Talvez por não perceber isso ´q que ás vezes você não está se dando tão bem no trabalho, ou as pessoas na faculdade te acham difícil de se relacionar ou quem sabe sua célula não cresce ou tem dificuldade de atrair as pessoas e por isso se sente frustrada. Isso pode ser um sintoma de algo que está acontecendo dentro do seu lar. Invista em cativar as pessoas da sua família, em se manter conectada aos seus pais, cônjuge, filhos, avós, familiares. Seja uma pessoa aberta para receber convites, para mandar mensagens perguntando como eles estão, para se dispor quando eles realmente precisarem, para fazer uma ligação de vez em quando para parentes mais distantes, para se envolver em datas comemorativas, para celebrar as vitórias e apoiar nos tempos difíceis a sua família. Talvez seja difícil para você participar até do grupo de Whatsapp da sua família ou do seu marido, devido a sua dificuldade em estabelecer contato com seus parentes. Rompa esse bloqueio, se aproxime, peça ajuda em Deus para estar próxima do seu próximo mais próximo.

5 – Prepare-se

Para bem servir nós precisamos estar preparadas. E esse preparo exige um investimento na nossa área emocional, espiritual e física. Precisamos
estar bem para oferecer o melhor. Invista em você, na sua qualidade de vida, se preciso for, faça terapia, se abra para curas que todas nós precisamos experimentar (como rejeição, medo, insegurança, dependência excessiva das pessoas, independência de Deus, desobediência etc), busque intimidade com o Senhor para ser moldada por Ele, faça atividade física. Isso nos prepara para sermos fortes diante das dificuldades e para ofertarmos a beleza de Deus em nós ao servir. Cuidar da gente é uma forma de bem servir a quem nos ama. É muito desafiador, principalmente porque nós temos uma tendência a esquecer da gente às vezes, e depois responsabilizar o outro por isso. Precisamos assumir um compromisso com a gente mesmo. Falo isso com liberdade porque sei como é difícil para mim, por exemplo, manter o ritmo de atividade física que deveria ou comer menos – nos dias mais ansiosa, Deus me ajude – mas podemos, em Deus, romper ainda hoje, a cada dia. De forma prática, quando recebemos uma visita, a casa não precisa estar limpa, a comida feita, e nós arrumadas? Precisamos estar preparadas!

6 – Inspire a sua família a servir

Você já foi numa casa onde a avó ama servir e cuidar de pessoas, a sua filha também e a neta mesmo adolescente segue o mesmo caminho? Isso chama mentoreamento, inspiração, é você gerar nas pessoas ao redor o significado daquilo que você está fazendo, produzindo. Ao contrário disso tem quem faça do servir um penoso fardo. Todo dia faz tudo reclamando, fala com as filhas pra serem bem sucedidas pra não terem que cuidar de casa (o que é um engano porque podemos ser altamente bem sucedidas no trabalho e em casa, não precisa abrir mão de um para conquistar o outro), o que gera nas meninas uma aversão ao cuidado doméstico. Estou há quase 10 meses exclusivamente no lar (em breve vou compartilhar novidades com vocês) e entendi em Deus que meu valor não está no nome da empresa no meu crachá, na função que eu faço, no salário que eu ganho e nem na quão boa dona de casa eu sou. Meu valor vem de Deus, da mulher que sou e posso ser Nele, no amor que Ele tem por mim e está acima de status e qualquer condição.

7 – Tenha comunhão dentro e fora de casa

Você conhece alguma família que quando os integrantes chegam vai cada um para um quarto, ficam na televisão ou no celular, a esposa não pode nem conversar com o marido por causa do futebol, os filhos não respondem porque estão nos grupos de WhatsApp, e ninguém fica junto de verdade apesar de estarem todos na mesma casa? Esse, infelizmente, é o cenário de muitas famílias, muitas casas estão produzindo indivíduos totalmente individualistas e cada vez mais solitários em seu mundo. Mas quero te incentivar a fazer diferente, mesmo que até hoje esse seja o retrato da sua casa. Adote o hábito de fazer pelo menos uma refeição juntos por dia, promova um dia especial da família, cozinhe para seus filhos e cônjuge sempre que puder (caso sua realidade de trabalho não oportunize diariamente), crie momentos de lazer juntos (nem que seja em um parque, no salão do prédio…), invista tempo de qualidade para estar em comunhão com sua família.

8 – Comprometa-se com o seu crescimento pessoal

Como falei no hábito 5, precisamos ter um compromisso com nós mesmas, de nos cuidar e servir em amor. Quando estamos em constante crescimento e aprendizado, impulsionamos as pessoas que estão ao nosso redor a crescerem também. Quando nós mesmas investimos em nós paramos de colocar nas pessoas uma responsabilidade que é nossa e assumimos uma posição de influência sobre nossos resultados. Quando investimos no crescimento pessoal nos mantemos ativas, eficazes e “afiadas”. Precisamos crescer em sabedoria (boa leituras, cursos, bons filmes), estatura (dieta, atividades físicas e descanso), graça diante de Deus (leitura bíblica, estudo da Palavra, oração, jejum), graça diante dos homens (relacionamento com as pessoas). O crescimento pessoal é um investimento para a vida toda, não é um projeto à curto prazo.

Que Deus nos capacite a colocar em prática esses hábitos e a ouvir a Sua voz nos guiando! Até nosso próximo encontro!