Elegante sempre - Janaína Depiné

Desfrute do presente que é o “hoje”

Diante de notícias de tragédias como a da queda do avião que levava a equipe da Chapecoense e jornalistas é impossível não parar para pensar e refletir sobre a brevidade da vida e do quanto estamos despreparados para sua fluidez.

Confrontados com a morte, essa que chega sem aviso prévio e pega pessoas tão sedentas por viver tão desprevenidamente, não há consolo que baste. Nem abraços nos que ficam, nem palavras que os cure a dor de quem sabe que não vai poder concluir sonhos.

Quando ela chega assim repentinamente, tão trágica, tão sorrateira e terrível, fica pra trás aquelas despedidas que foram feitas de qualquer maneira, aquele encontro que não aconteceu, aquele reencontro que não ocorreu por orgulho, aqueles beijos e abraçados poupados pela correria da vida, aqueles sentimentos sufocados que ficaram guardados entre o peito e garganta que não encontramos modo de dizer e expressar por pura ignorância nossa de acreditar que ainda vai dar tempo, que haverá outro dia.

Nossa maior fragilidade não é a de morrer, todos nós passaremos por isso um dia, mas sim acreditar que o hoje não é tudo. É pensar que o hoje não é o presente, não é, de fato, a dádiva da vida.

Somos bons em planejamentos extensos para o amanhã. Quando entrarmos na faculdade, conquistarmos o melhor emprego, comprarmos o carro do ano ou realizarmos todo tipo de sonho. Desejos lícitos, mas que realizados não dão passaporte para a felicidade.

Quando somos confrontados com a efemeridade da vida vemos que o hoje, de fato e indiscutivelmente, é o presente. Hoje é o milagre. E se pensarmos bem é a promessa de que podemos agora ser melhor do que já fomos.

Que cada encontro tenha para nós o gosto de uma despedida. Normalmente aquela que vamos repassar repetidas vezes na cabeça como um filme tentando entender como alguém foi embora de nós pra não mais voltar sem avisar. E daquele jeito. Sabendo-se amado, perdoado, acolhido. Ou não. Ignorado pela nossa pseudo confiança de que haverá um amanhã para ser e fazer melhor.

Não há essa certeza. Não dá pra saber quanto tempos e quanto aqueles a quem amamos terão. Nossa ampulheta segue medindo o nosso tempo mas ela foi feita de areia pra nos lembrar que não podemos contar.

Aproveitemos o presente que é o hoje!

Por Thalita Daher

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