Elegante sempre - Janaína Depiné

Ouvimos muito sobre como será o fim do mundo, os desastres, as catástrofes da natureza, como terremotos ou nas guerras e os falsos profetas. Mas muitos se esquecem de um trecho tão importante sobre o assunto descrito em Mateus 24.12-13. “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.”. Isso quer dizer que quanto mais perversos, mais o amor se esfriará de quase todos e esse é anúncio central da grande tribulação: o esfriar do amor.
Trazendo essa Palavra para o ambiente doméstico, para o nosso lar e contextualizando com o servir, fiquei me lembrando de um episódio que aconteceu em uma trilha de bicicleta que fiz há pouco tempo. Quem me acompanha pelas redes sociais sabe que eu amo me aventurar sobre duas rodas nas trilhas cercadas de montanhas e cachoeiras de Minas Gerais. Para cumprir esse intento, meu esposo e eu precisamos organizar tudo no dia anterior, conferir as bicicletas, preparar o lanche, enfim, deixar tudo pronto para o dia seguinte. Neste dia, entre as tarefas que ele ficou responsável, uma delas foi com a incumbência de encher as bolsas de água (camelbak) e guardar na geladeira. Cada um terminou sua parte, e no outro dia saímos bem cedo para pedalar.

 

Passada a primeira hora de pedal eu fiquei sem entender o motivo que a água não saía na bolsa. Eu me esforçava quase sem ar sugando o máximo que podia e nada. Perguntei o que poderia ser, se estava entupido, ele prontamente me explicou que para que a água durasse gelada até o final havia colocado a bolsa no congelador. Sua motivação era a melhor. E naquele sol escaldante, a ideia dele realmente seria perfeita, se a água tivesse descongelando para que pudesse matar minha sede de fato. Ela não só descongelava a conta gotas, como o pouco que saia era tão gelado que nem matava a sede. Ri (com sede) e tentei extrair o melhor daquela lição.

 

Conclusão, fria demais, congelada demais, era não era útil, ela não correspondia a minha necessidade, não resolvia o meu problema, não saciava a minha sede. Assim é com o amor que Deus coloca em nossos corações para bem servirmos nossos familiares, amigos, colegas de trabalho, pessoas que  encontramos nas mais diversas situações do dia a dia.
Quando deixamos a iniquidade, a perversidade, a mágoa, a raiva, as diferenças e tantos outros sentimentos e circunstâncias ruins esfriarem o amor de Deus em nós nos tornamos inutilizadas, sem sentido, ineficazes. Ficamos como aquela minha bolsa de água congelada tão necessária no meio da poeira e do sol de meio dia em que eu estava e ao mesmo tempo tão inútil. Eu tinha água, mas não tinha água. O mundo tem sede, as pessoas ao nosso redor tem sede do amor de Deus, estão carentes desse amor. Será que nós estamos prontas para saciá-los ou será que estamos congeladas?
Nós, mulheres, temos um dom natural dado por Deus para saciarmos a sede das pessoas ao redor. Nele nos mantemos quentinhas, não congelamos, não esfriamos. Nele somos úteis na seara, somos colo para os filhos, um afago no esposo, um ombro acessível, um colo aconchegante, uma ouvinte paciente para as amigas, uma conciliadora na família e pacificadora no trabalho. Nele aquecemos as relações com paz e amor de Deus no trânsito, na academia, na fila do açougue, no teatro, no hospital…Pelo mundo afora.

 

Precisamos, mais do que nunca neste tempo esquisito (para não falar difícil, de crise terrível…) que vivemos no nosso país, reacendermos a nossa chama do amor em Jesus, em Sua plena presença que nos supre em tudo, todos os dias. É nessa presença que o nosso eu voluntarioso, pecaminoso e frio é vencido. Nessa presença que a frieza vai embora, que somos aquecidas. Ele é o sol que nos faz derreter, que quebra todo gelo. Assim como a minha bolsa térmica tem uma capa térmica que não permitia que o gelo derretesse, nós também criamos algumas proteções contra o calor de Deus.

 

Que hoje seja um dia para tirar a capa, deixar nosso coração acessível para Jesus nos aquecer com Seu amor e nos faz compartilhá-lo e aquecer outras vidas também.

 

Dicas para você aquecer a vida de alguém:

– Prepare um caldo, canjica ou sopinha para sua família.
– Doe agasalhos.
– Abençoe a vida de alguém com palavras e atitudes cheias do amor de Deus.

 

Até o nosso próximo encontro, com muitos abraços quentinhos!