Elegante sempre - Janaína Depiné

Pare o tempo

Você levanta cedo e sai correndo da cama porque precisa ser o primeiro a chegar no trabalho, tem muita coisa a fazer, precisa se destacar para ser promovido e bater metas inatingíveis estabelecidas por pessoas que também saíram apressadamente da cama.

Você levanta cedo, dá um pulo da cama na correria para fazer o café, levar as crianças para a escola,dar conta de tantas coisas em casa e nem percebe o olhar de  triste de um deles ou que o outro está começando uma virose.

 
Você dá um pulo da cama, sai apressadamente e nem se lembra de agradecer por mais um dia, mais uma oportunidade, mais um hoje. Nem repara em como sua mulher é tão bonita mesmo dormindo,despenteada. Você simplesmente saiu correndo sem aproveitar o conforto de estar em seus braços. O dia vai ser corrido, você precisa fazer ginástica, trabalhar, pagar contas, ir além. Não pode se dar ao luxo de ficar alguns minutos a mais embalado por quem te ama.

 
Você sai da cama em um pulo e quando assusta já está na hora do almoço. Você poderia cochilar brevemente aproveitando este tempo para renovar os sonhos e se libertar das pressões do tempo que lhe causam estresse e ansiedade. Poderia ser na poltrona no trabalho, mas melhor em sua casa, na sua cama, onde você pudesse perceber por alguns instantes que suas maiores conquistas não são coisas, mas pessoas. Mas não pode parar e relaxar. Há muito a fazer.

 
Você sai da cama em um salto mesmo no domingo. Afinal, a corridinha matinal não pode esperar. Mas reclama quando seus filhos o acordam antes das sete dizendo que estão com fome ou quando de forma recorrente saltam de madrugada da cama deles para a sua que é mais quentinha e protetora para eles. Afinal, não é pedagógico fazer da cama do casal a dos filhos, o casal precisa ter privacidade e mais um tanto de outras coisas.

 
Você sai da cama em um pulo e no final do dia nem se dá conta que seu filho adolescente passou horas deitado, chorando e se desfalecendo em seus conflitos…Sozinho em sua cama. Também entende como sua mãe (tia, vizinha, pai…) pode ficar tanto tempo na cama em depressão. Sozinhos também, afinal, é muito difícil aceitar tal realidade.

 

Na linha do tempo do Facebook me deparei com esta foto:

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Uma mãe, seus filhos, abraço, um laço, sorrisos… Quando olhei pra essa cena (ainda estou apurando a autoria da foto, se souber me conta), me lembrei de quanta energia gastamos pra fazer o tempo parar e o quanto não percebemos que podemos parar enquanto ele passa.

 
Parar para intensamente desfrutar mais do amor sem pressa, aquele que fica mais alguns minutinhos (e até horas) na cama, de conchinha, de cafuné, de abraços, de risos, de acolhida. Aquele que tem o compromisso de ser inteiro consigo mesmo e com o outro. Aquele que enxuga lágrimas enquanto o outro está deitado no colo. Aquele que chora junto quando faltam palavras pra expressar. Aquele que é profundo, mas que se esbalda na superfície da cama. Essa que não foi feita só pra deitar, mas pra viver de amor!

 

Facebook: Thalita Daher 

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