Elegante sempre - Janaína Depiné

Saia da rotina sem sair de casa

No último domingo, celebrei, com a graça de Deus, 29 anos de idade. E há uns cinco anos mais ou menos eu desejava muito ganhar um fogão daqueles com dois fornos, com chamas bem fortes, imponente. Quem ama cozinhar como eu amo sabe o quanto um fogão desse tipo é especial. Uns dias antes do meu aniversário o fogão chegou de surpresa. Meu esposo me presenteou e até brincou que em 2016 ele não precisa me dar mais nada. E eu fiquei tão empolgada quando ganhei o fogão que realmente pensei que não precisava mesmo.


E de lá para cá tenho seguido muito animada com meu fogão novo. Criando oportunidades para usar os dois fornos ao mesmo tempo, fazendo comidinhas gostosas e dedicando uma atenção maior ao cuidado com o uso e limpeza do mesmo. Sabe aquela empolgação que a novidade traz? Pois é essa mesmo que estou sentindo. E um dia desses enquanto cozinhava lembrei-me que é assim mesmo que ficamos no início, quando as coisas são novidades, quando acabamos de casar, quando a casa está toda arrumadinha, quando recebemos um presente, quando os filhos acabam de chegar…

Fiquei me perguntando por que com o tempo a sensação da novidade vai indo embora, os móveis vão ficando enferrujados, o outro se torna conhecido o suficiente para não despertar mais tanta curiosidade, a rotina vai tomando o lugar da animação do início. E com isso, tudo vai perdendo o valor, o sentido. Por que o sentimento de satisfação que outrora nos habitava com o tempo enferruja também? Com a graça de Deus vamos tentar – juntas – refletir sobre algumas respostas para nós.

Para as donas de casa de plantão

Algumas mulheres, por opção, por necessidade ou até mesmo por falta de opção (ex: não tem ninguém para cuidar dos filhos, o custo com escolas e babá não compensa o salário recebido, desemprego…) são donas de casa em tempo integral. Todos os dias têm a mesma demanda de tarefas domésticas, fora cuidado com o marido, filhos, familiares, amigos, ministério etc.

Há nove meses estou de plantão em casa e me identifico com essa rotina. Ás vezes me pego cantarolando o trecho “Todo dia ela faz tudo sempre igual”, da canção “Cotidiano”, de Chico Buarque, composta em 1984, que me parece um anúncio de uma realidade. Mas no dia a dia do lar entendi que só faz tudo sempre igual aquela que imposta a uma rotina não se dispõe a criar, a inovar, a ter uma postura de gratidão e esperança independente das condições ao redor, a fazer de uma rotina algo surpreendente e encantador.

Em Deus é possível viver uma vida cheia de compromissos, horários, atividades cotidianas e repetidas sem entrar em uma rotina enfadonha. Para conseguir trilhar esse caminho estou buscando em Deus força e disciplina (que por mim mesma não tenho) para desenvolver três atitudes e quero incentivá-la a desenvolver também:

Faça a leitura bíblica diariamente (estou participando do Circuito 4 Estações, para conhecer, clique aqui)

Através da leitura da Palavra conhecemos mais o Senhor, sua vontade para nós e como devemos segui-lo. Deus é cheio de novidades. Precisamos conhecê-las em Sua Palavra.

Tenha uma postura de gratidão a Deus e às pessoas

Desenvolvemos essa atitude quando nos relacionamos com Deus, quando deixamos ser aperfeiçoadas no caráter Dele, quando entendemos o quanto Ele é bom para nós. Isso vai nos tornar gratas a quem nos ajuda também.

Realize todas as suas tarefas como que para o Senhor

 “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança.” (Colossenses 3.23-24). É impossível ficar reclamando da rotina doméstica quando entendemos que estamos fazendo tudo para Deus.

Para as donas de casa que também trabalham fora

Ao contrário do que parece, não são só as donas de casa de plantão que sofrem a pressão da rotina. As que trabalham fora também. Desdobram-se entre as tarefas de casa e as do trabalho, cuidado com os filhos, do marido, e demais demandas que todas nós mulheres passamos – trabalhando fora ou não.

Teve uma época (já até mencionei nos nossos papos anteriores) em que eu trabalhava muitas horas fora de casa, ainda estudava e tinha outros tantos compromissos. A rotina nesse momento parecia me sugar todas as energias. Ou saia de casa já muito cansada, ou voltava totalmente sem forças e com tantas coisas para fazer. Ficava ainda mais pressionada por ainda não ter filhos e estar me sentindo daquela maneira, me comparava com as outras mulheres mães e me sentia muito fraca.
Nesse tempo fiquei muito ansiosa com medo de não dar conta de tudo, muito irritadiça e com a tendência a descontar no próximo mais próximo, ou seja, meu esposo, familiares. Você se identifica com esse momento que passei? Então vamos pensar algumas atitudes, além das que toda dona de casa deve tomar pois elas servem para todas as mulheres que querem viver uma vida equilibrada e alegre em Deus.

Troque as palavras de murmuração pelas de contentamento

No dia a dia, abençoe seu lar, esteja contente. É dia de faxina? Coloque um louvor, dance, ore enquanto lava o banheiro. Deixe seu coração constantemente diante de Deus, isso transforma o modo como você vê e faz as coisas.

Não fuja do seu lar

Sim, quando a rotina doméstica é difícil, pesada, principalmente para as mulheres que também são mães (ainda mais demandadas), o trabalho passa a ser uma fuga, encontrar com amigas fora de casa passa a ser uma boa desculpa, tudo parece melhor que ficar em casa. A Palavra de Deus nos mostra que Jesus está à porta e bate e se ouvirmos a voz dele e abrirmos a porta Ele ceará conosco e nós com Ele (Apocalipse 3.20). Como cearemos com o Senhor se nunca estamos em Casa? Como abriremos a porta? Como contemplaremos os benefícios da presença de Jesus no nosso lar se fugimos e o deixamos desprotegidos?

Peça a Deus para te dar sabedoria para promover sua agenda

Precisamos da graça de Deus para cumprir a nossa agenda. Entre tantas tarefas, por onde começar? Pelo princípio e pelo mais importante. E só vamos discernir isso em Deus. Peça a Ele que oriente suas prioridades e para que alcance o coração do seu cônjuge, filhos, pais e/ou familiares que moram com você para contribuir com a rotina doméstica.

Durante um tempo eu falei que não gostava de rotina, que tinha dificuldade de me adaptar a ela. Até o dia que entendi em Deus que não tem problema nenhum viver uma rotina feliz, pelo contrário, é bênção de Deus. Eu espero que com o passar do tempo quando meu fogão estiver bem velhinho eu olhe para ele com a mesma gratidão e com boas memórias do que a minha rotina doméstica me possibilitou viver com aqueles que eu amo.

Até o nosso bate papo, que ele seja sempre uma rotina feliz cheia de novidades em Deus para nós.

 

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