Elegante sempre - Janaína Depiné

Tempo de espera

Sabe quando você está correndo, focada, em direção ao que você deseja (pelo menos no momento) e se sente bem com isso? Sua agenda está frenética (e geralmente com coisas que você gosta de fazer, mesmo quando o assunto é trabalho)? Você está praticando muita atividade física (e regularmente, o que sempre foi um desafio pra você) e as atividades que você gosta de fazer (ao ar livre)? Você está se sentindo bem consigo mesma e está aprendendo a lidar melhor com o outro (ou não sofrer tanto quando o outro é indiferente).

Depois de um bom tempo meio perdida, você acredita que finalmente se encontrou (e, consequentemente, tudo que se encontra quando a gente acha que está controlando tudo). Até que você cai de ombro no chão (em uma daquelas atividades favoritas no seu esporte de adolescência). E fratura a clavícula e descobre que você não é mais – mesmo – aquela adolescente de 15 anos.

 

Com quase com 30 precisa novamente aprender a cair. No hospital, otimista como sou, na sala de espera, aguardava pela receita médica: pomada, remédio pra dor, faixa e de volta à natação na terça depois de um fim de semana de descanso.

 

O choque (sem ser anestesiada) junto com o banho de água (mais gelada que a da piscina) veio à galope: “cai a ficha, você quebrou um osso” – e um chatinho, que deve ser pra parecer comigo neste momento. Custei a processar a fala do médico. Ainda está aqui ecoando na cabeça, já pesado com o pescoço duro e o imobilizador do tal osso.

Será um tempo (de 30 a 40 dias, ou menos ou mais) de muitas lições. Já posso sentir (junto com a dor no ombro e pescoço, e a dor na consciência que teima em questionar onde eu estava com a cabeça e o ombro naquela hora).

Se muitas lições que tive (compartilhadas aqui, inclusive) foram aprendidas enquanto eu era agente da minha agenda, da minha cozinha, da minha própria não rotina, certamente essas de agora serão inéditas. No momento, vestir roupa, amarrar o tênis (desnecessário pra quem no momento mal pode caminhar), ou simplesmente prender o cabelo, são tarefas que exigem paciência, ajuda de alguém e aprender a ser bem servida. Sim, é necessário aprender receber também.

Nessas próximas semanas acredito que teremos uma nova perspectiva por aqui, um novo olhar, de uma Thalita que acredito que vai ficar diferente também. Não só pela clavícula empenada (e com fé em Deus devidamente colada), mas pela beleza que o tempo de esperas tem o poder de despertar em nós.

 

Ps1: O título deste texto é o de um livro do Padre Fábio de Melo. Certamente, hoje ele faz tanto sentido pra mim quanto na ocasião em que li. E eu achava que isso seria impossível. Indico a leitura, inclusive!

Ps2: Não vai ter abraços e nem beijos de despedida hoje. Quem sabe depois que eu conseguir ir ao salão lavar o cabelo…

 

Por Thalita Daher

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