Elegante sempre - Janaína Depiné

A elegância está no silêncio

É um fato. O mundo anda muito barulhento. No trabalho, nas festas, nas escolas e até na academia. Todos querem ter a palavra, todos interrompem a todos e as pessoas chegam a ficar nervosas quando uma conversa tem pequenos instantes de silêncio.


Mergulhados num egocentrismo absoluto, as pessoas falam compulsivamente antes mesmo de saber o que vão dizer. Num debate a maioria não permite sequer que o outro termine uma frase. Se você contar uma história, o sujeito lembrará imediatamente de caso semelhante e muito mais surpreendente que ocorreu com ele. Todos querem ser protagonistas. Não há dúvida de que a vida está sempre nos falando, mas precisamos de silêncio para escutá-la.

O silêncio e a humildade

Sabe quando aquela pessoa desanda a listar seus defeitos, alguns que talvez não lhe pertençam? E quem humilha e fere sem a menor necessidade? Silencie e escute apenas. Além de demonstrar humildade, você terá a chance de entender melhor o outro. Sim, a psicologia explica que as pessoas costumam ser intolerantes quando espelhamos algum defeito dela mesma. É um mecanismo de autodefesa. Por orgulho, a pessoa não quer ver os próprios defeitos e joga a culpa no outro. Entendido isso, fica mais fácil observar e compreender quem vive a penalizar terceiros por seus problemas.

“(há)tempo de calar e tempo de falar” Eclesiastes 3:7

O silêncio e a caridade

Você sabe que o colega é um poço de vaidade ou que o relacionamento dele fracassou porque era muito dependente. Enfim, os defeitos dos outros às vezes gritam tão alto, mas o dono deles não escuta. O que você faz? Cale-se. Sim, isso é caridade! Não adianta forçar o outro a ver os próprios defeitos. Enquanto a pessoa não se vê, não muda. Cada um tem um ritmo, respeitar o tempo do outro é ser caridoso.

“O que despreza o seu próximo carece de entendimento, mas o homem entendido se mantém calado.” Provérbios 11:12

 

O silêncio e o heroísmo

Quantas vezes você se calou quando estava sofrendo, encarou a vida e seguiu em frente? É isso que faz de nós heróis de carne e osso. Em muitas ocasiões os interlocutores estão tão exaltados que não há o que dizer. Melhor esperar a poeira baixar e depois, com calma, discutir o assunto com sabedoria e na hora certa. Já dizia minha avó: “Quem perde a calma, perde a razão”.

“na quietude e na confiança está o seu vigor” Isaías 30:15

 

O silêncio e a delicadeza

Você sabe ouvir? Você presta atenção no que o outro fala? Ou a única voz que ecoa no seu ouvido é a sua? Calar quando o outro está falando é um sinal de delicadeza e respeito. Em alguns momentos, é prudente só ouvir, para então, quando questionado, emitir a sua opinião. Qualquer diálogo tem uma cadência. Aprenda a seguir o ritmo!

“Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo.”  Tiago 3:2

 

O silêncio e a sabedoria

Quando você está diante do que não entende, o melhor a fazer é calar-se. Isso é um sinal de sabedoria. Ao administrar um conflito, especialmente com pessoas tempestuosas ou arrogantes, tente usar o silêncio para diminuir o confronto e aumentar as chances de um diálogo maduro e saudável. Use a estratégia de Rui Barbosa: “Diante de tanta ignorância respondo com meu silêncio”.

“Até o insensato passará por sábio se ficar quieto. E, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento” Provérbios 17:28

 
Por fim, use o silêncio como meio para o seu crescimento, não tenha medo dele. No final, tudo se resume em conhecer o outro e, mais importante, a si mesmo. Essa é a grande presente da vida ou como bem definiu Jung: “Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda”. Bom despertar!

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