Elegante sempre - Janaína Depiné

Recebo várias mensagens de mães aflitas. Fazem tantas coisas num único dia, envolvem-se com as crianças, mas vira e mexe tem a sensação de que estão sozinhas. Isso acontece com você? É mais comum do que parece, seja com mães em tempo integral ou mães trabalhadoras, se sentirem solitárias quando estão em casa. Entenda porque isso acontece.

1. Fuja do isolamento

Depois de um dia ou semana corridos é muito mais atrativo ficar de pijama em casa do que montar uma programação que envolva sacolas, carrinhos e lanches.

Se esse desejo for concretizado de vez em quando, ok. Mas cuide para não se tornar a rotina do fim de semana. Esse tipo de isolamento diminui a convivência e leva a solidão.

2. Rede social não substitui presença

As redes sociais facilmente nos iludem. Parece que conversar online com amigos ou curtir seus posts é uma interação, mas esses meios não substituem os encontros com nossas amigos e familiares. Eu sempre me proponho e encontrar pessoalmente uma amiga por semana e a ligar para outra ( não conta mensagem de voz no WhatsApp). Isso nos ajuda a lembrar que para nos conectarmos com o outro precisamos desconectar das redes.

3.Converse com adultos

Essa é uma armadilha comum, especialmente da mãe em tempo integral.  Quem acaba ficando o dia todo com crianças e quando o cônjuge chega em casa quase o sufoca com tantas perguntas sobre o dia do outro ou sente-se infantilizada e sem assunto. Uma dica simples: ligue para amigas umas três vezes por dia ( e não fale de crianças) para ter conversas adultas. Veja vídeos com conteúdos da área profissional que você gosta ou atua. Faça cursos onlines ( há uma infimidade gratuitos).

4.Tenha um hobby

Pintura, costura, uma nova língua, coleção de qualquer coisa…Não importa. Tenha um hobby para ser aquele momento só seu. Quando você se desliga de tudo para mergulhar no que gosta. Serve para os momentos em que as crianças dormem ou deixar alguém assumir o seu posto.

5.Não é tudo responsabilidade sua

As mães costumam sentir isso com frequência ( ou sempre?). As que trabalham fora se sentem sobrecarregadas, pois além do trabalho tem que dar conta de toda a rotina dos filhos e da casa. Já as mãe em tempo integral podem sentir um pouquinho de inveja de colocar um tailleur e um scarpin, no melhor estilo mulher de negócios, e deixar alguém limpando fraldas e louça.

Para não se sentir cheia de deveres e poucos direitos, distribua tarefas. Em minha casa, por exemplo, cada um tem horário para levar o Bob ( nosso cachorrinho ) para passear. Minha ajudante de manhã, meu caçula à tarde e o filho mais velho à noite. Eu e meu esposo ficamos no time de reserva (quando alguém tem que se ausentar da tarefa). Também faço isso com a casa. Quando eu cozinho a arrumação nunca é minha. Fim de semana cada um arruma seu quarto e eu supervisiono.

Outra dica importante: como acabo marcando as consultas médicas, dentista e etc de todos da casa, assim que agendo eu aviso ( por e-mail ou WhatsApp) e depois, pessoalmente, reforço: “A consulta é dia tal, x horas. Não se esqueça, pois não vou lembrar”. Ufa! Um peso a menos das costas.

6.Saia sozinha

Pode ser para bater perna num shopping, fazer compras no supermercado ou tomar um café com uma amiga. De vez em quando é bom sair sem ter que se preocupar em ajudar uma criança a entrar no carro, colocar aquela música da juventude no carro e curtir uns minutos só seus.

7.Trabalho de 365 dias por ano

Mãe não tem folga, férias e não pode pedir demissão. É função vitalícia. Quando nasce o primeiro filho esse é um baque. Lembro-me que chorei muito quando vi meu primogênito deitadinho na cama. Pensei:  não é você que depende de mim, a minha vida é que depende da sua. Um choro de amor, de dependência e de muito medo. Eu sempre brinco que depois que virei mãe a coisa mais arriscada que faço é andar de elevador. Mãe não tem direito a se arriscar. Mãe tem que existir.

Tamanho compromisso é uma benção, mas dependendo do seu estado de espírito pode até parecer que é um fardo.  Por isso, eu reforço: tenha tempo para você e também com seu cônjuge. Namorar, beijar, conversar sobre sonhos e desejos te dá mais energia para cuidar dos pequenos. Palavra de quem agora só tem filhos adolescentes.